sexta-feira, 13 de abril de 2007

AMINOACIDENTE


Dentro de um metrô futurista em movimento.
Sem ninguém.
Passagens estranhas, que surgem do nada.
Parecem fazer parte das paredes.
Mas quando tu se aproxima, elas abrem e te surpreendem.

Uma garotinha oriental se diz a maquinista.
Me leva até uma sala especial.
Mais parece seu quarto, sua casa.
De repente, um vaso cai e quebra no chão.

Dentro dele, inúmeros objetos estranhos.
Muitos parafusos e ferramentas.
Ela junta algumas peças e monta um robô com controle remoto.
Que funciona.

Mas tem alguém lá no quarto escuro.
E não gostou de ver o vaso quebrado.
Olhos amarelos e gritos vindo da escuridão.
Ranger de dentes.
Hora de fugir.

Túneis e portas secretas.
Qual delas? Qualquer uma.
Uma escadaria para o nível inferior do metrô.
Um enorme corredor iluminado artificialmente.
Luz fraca e amarelada.

A garota vai na frente, é mais rápida.
O robô vem atrás, é mais lento.
Dá pra ouvir quando ele é alcançado e destruído.
O túnel vai ficando escuro, escuro, escuro.
Não se vê mais nada.
Só uma pequena luz brotando lá no fim.

O corredor vai ficando iluminado pelo sol.
A garotinha sumiu lá na frente.
E agora apenas uma boneca loira sentada na saída.
Ela gira a cabeça na minha direção conforme eu passo.
Lentamente e em absoluto silêncio.

No fim do túnel, uma ponte à céu-aberto.
Tão alta que dá pra tocar as nuvens.
E sem muros protetores nas laterais.
Ela vai ficando estreita, estreita, estreita.

Como em um aeroporto, uma voz feminina anuncia pelos alto-falantes:

"Atenção!
Você está deixando o Aminoácido.
Dirija com cuidado."

Nenhum comentário: